10 minutos a Ler

Calendarização das requisições 2023-2024

Cronograma da atividade (por disciplinas) 2023-2024

No âmbito dos 10 minutos a LerLivr' à mão

Alunos do 11.º ano decidiram partilhar e sugerir algumas leituras.

Realizada na disciplina de filosofia, coordenada pela professora Rosário Duarte.

"Que quer dizer tudo isto?"  de Thomas Nagel. 

por Adriana Machado 

Este livro consiste numa pequena introdução aos principais problemas filosóficos, às teses defendidas e aos seus argumentos. No primeiro capítulo, o autor faz uma pequena introdução à definição da filosofia como uma disciplina que se baseia no pensamento e na reflexão acerca do mundo e das coisas que nos rodeiam. O autor refere que a filosofia é uma área diferente da ciência e da matemática. Ao contrário da ciência, a filosofia não se apoia em experiências ou em observações, mas apenas na reflexão. Durante os capítulos seguintes Thomas Nagel aborda nove problemas filosóficos fazendo-nos refletir bastante em cada uma dessas questões filosóficas. Qualquer um dos problemas apresenta a perspetiva do autor embora permita a nossa própria interpretação e a nossa própria análise crítica da questão. Os problemas referidos ao longo do livro são: O conhecimento do mundo para além das nossas mentes; O conhecimento de outras mentes para além da nossa; A relação entre a mente e o cérebro; como é possível a linguagem e qual o sentido das palavras; será que temos livre arbítrio; quais são as bases da moral e a diferença entre certo e errado; que desigualdades são injustas; qual a natureza da morte; qual é o sentido da vida. Com este livro desenvolvemos o nosso espírito critico e começamos a olhar para as coisas simples do nosso quotidiano com outros olhos. Começamos a questionar e entender problemas muito comuns do nosso dia a dia, coisas sobre as quais nós normalmente não refletimos porque achamos normais. No entanto, neste livro percebemos que quanto mais básicas são as coisas sobre as quais refletimos, menos dados e argumentos nós possuímos para as estudar. Concluindo, eu gostei bastante de ler este livro, pois percebi melhor alguns dos problemas da filosofia, pois a linguagem é bastante simples, fluente e contém muitos exemplos facilitando, assim, a leitura e percebendo melhor o que o autor quer dizer. 

Adriana Machado 

"Ética para Jovens" de Fernando Savater 

por Filipa Santos

O livro que escolhi ler no mês de janeiro chama-se "Ética para Jovens" do escritor Fernando Savater. Neste livro o conhecimento não nos é exposto como é costume, de autor para leitor, mas sim como um pai, transmitindo os seus conhecimentos sobre como escapar ao conformismo e acionar as capacidades de pensamento, ao seu filho de 15 anos. Nesta obra literária é-nos explicado, desta forma pouco ortodoxa, o que é realmente a ética e como podemos viver a vida da melhor maneira, pensando por nós próprios. A linguagem aqui utilizada é acessível, esclarecedora e até mesmo cómica, sendo que o autor tem sempre em conta que a maioria dos adolescentes não tem muita paciência para ler obras, especialmente aquelas referentes a assuntos de aprendizagem. Estes conhecimentos estão divididos em capítulos que se interligam enquanto, ao mesmo tempo, cada capítulo trata o seu próprio tema, desde política ao amor, sempre no tópico de como realmente pensar autonomamente. O meu capítulo favorito é aquele referente ao amor. Apesar de parecer um pouco cliché, este é o meu preferido, pois como adolescentes a ideia de amor é-nos vendidas numa grande quantidade de filmes, séries, livros, etc. Porém, a verdade é que a realidade nunca é igual aos filmes e o romance na adolescência não são a exceção. Neste capítulo a autor simplifica esta ideia glorificada de amor e explica a normalidade da situação. Em suma, eu adorei este livro porque, para além de explicar de forma simplificada e divertida o que é a ética, também nos tenta mostrar qual é a melhor forma de vivermos a vida da melhor maneira. Envolve-nos do início ao fim, fazendo-nos sentir que estamos a receber conselhos de um pai, um avô, ou algum amigo extremamente sábio.

Filipa Santos

A Queda de Albert Camus

por Francisco Martins 

Meditações de Marco Aurélio

por Rodrigo Sampaio 

 ''Meditações'' foi um livro escrito pelo imperador romano Marco Aurélio, no século II d.C., onde o autor registou os seus pensamentos e reflexões sobre a filosofia estoica e como aplicá-la à sua vida. Este livro encontra-se dividido em doze secções, cada um com o seu objetivo, propósito e ideias. Vale a pena ressaltar que Marco Aurélio não escreveu este livro com o intuito de o fazer chegar a outras pessoas, mas sim escreveu-o para ele, quase que como um diário, que serviu como a sua orientação para melhorar a sua vida. Em geral, o livro aborda diversos aspetos da filosofia estoica. O estoicismo pode ser resumido como a arte de viver de forma lógica e racional, e a prática das diversas virtudes que o ser humano pode ter, de forma a atingir uma vida ética. Marco Aurélio acredita que atingir uma vida ética será o segredo para atingirmos uma verdadeira felicidade. No seu livro, o imperador romano aborda as diversas formas e atitudes que devemos ter para atingir dita felicidade. Alguns dos principais princípios da filosofia de Marco Aurélio são os seguintes: fazer o bem aos outros, independentemente da forma que os outros nos tratam. A sua argumentação para esta ideia é que, primeiro, se nos deixarmos levar pela nossa vaidade, raiva, vingança, estaremos apenas a tornar-nos no nosso inimigo, além disso, ao tratarmos mesmo as piores das pessoas sempre de forma positiva, o autor acredita que essas pessoas acabarão por sucumbir ao bem de forma progressiva, porque é o que está na nossa natureza; outra ideia bastante importante do estoicismo em geral é que nós devemos controlar as nossas emoções, e não deixar estas controlar as nossas vidas, porque, é quando ouvimos sempre as nossas emoções, que acabamos por cometer ações incorretas, desrespeitando o primeiro princípio referido. Um exemplo desta ideia é que quando alguém nos causa algum mal, é normal sentirmo-nos irritados e com sentimento de vingança, mas nós temos de controlar as nossas emoções para agirmos com virtude e não dar atenção à negatividade, temos de nos manter sempre positivos. O outro ponto principal da filosofia de Marco Aurélio é relativamente à reflexão sobre a morte e impermanência na vida e a nossa conexão com a natureza. Relativamente a estas ideias, Marco Aurélio reconhece que a morte é inevitável, então nós temos de aproveitar o tempo limitado que temos, e se queremos fazer alguma coisa, a melhor hora para começar é o agora. Isto, tendo em conta que a morte é uma possibilidade, então devemos nos restringir e não fazer simplesmente qualquer coisa que nos venha à cabeça e que ponha em causa a nossa vida. Adicionalmente, o imperador romano ainda realça a ideia de que não podemos fazer a nossa felicidade depender de aspetos e prazeres materiais, mas sim do nosso dever para com a natureza de praticar o bem. Concluindo, podemos juntar os três princípios apresentados e resumir a filosofia de Marco Aurélio: devemos aproveitar todos os dias, de forma a respeitar o nosso dever para com a natureza, e praticar o bem, incondicionalmente, o que conseguimos atingir ao tomar uma perspetiva lógica, racional e ter controlo das nossas emoções perante as adversidades da vida. E é assim, e apenas assim, que conseguimos atingir a verdadeira felicidade e estarmos certos que, no momento da nossa morte, estaremos satisfeitos com a vida virtuosa que levámos. Independentemente de opiniões pessoais, as ideias de Marco Aurélio são ideias que vale a pena, pelo menos, tentar ouvir e entender, porque, afinal, vieram de um dos homens mais poderosos da história da humanidade, que conseguiu liderar um império colossal, através da sua filosofia de vida.

Rodrigo Sampaio 

Criado em 2023 por Maria Emília Pires (professora bibliotecária) 

Atualização / manutenção: professoras Carla Pereira e Maria Emília Pires 
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